quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Com uma banana

     Muitos há que se desesperam com o menor problema. E com o maior, também. Isso quase chega a ser engraçado, já que é fato notório e conhecido que assim não se chega a lugar algum, que assim não se resolve qualquer problema.
     Bem, o fato é que nem sempre temos as ferramentas necessárias para resolver os nossos problemas. Ou parecemos não ter, pois não dispomos das ferramentas ideais. Mas, muitas vezes, se usarmos a cabeça, podemos notar que temos, sim, como resolver os problemas, mas não dando murros em ponta de faca. Deixe-me esclarecer melhor.
     Usemos um exemplo bizarro, mas bem ilustrativo: um assassino quer esfaquear alguém. Nada fora do comum, certo? Mas eis que ele tão-somente dispõe de uma banana, de nada mais. Sou capaz de assegurar-lhes: não é possível esfaquear alguém com uma banana. Mas o objetivo do assassino, se você pensar bem, não é esfaquear, mas matar. Então, ele pode cumprir seu objetivo sem espatifar inutilmente a banana na barriga do indivíduo, se optar pelo sufocamento com a banana. Exige, claro, um pouco mais de habilidade. Certamente, não será tão fácil como se ele dispusesse de uma boa faca. Mas ele atingiria seu problema melhor do que se simplesmente "espetasse" a banana contra o peito de seu desafeto, o que, seguramente, não daria em nada além de uma sujeira danada e um bate-boca que poderia culminar numa briga. Gasto inútil de energia, eu diria.
     Há muita gente tentando esfaquear seus problemas com bananas, todos os dias, em toda a parte. Este problema é decorrente de um velho vício: a preguiça que se tem de pensar. Muita gente se arvora a bandeira da racionalidade, e se utiliza dela para identificar uma distinção essencial entre si, como ser humano, e os demais animais, como uma espécie de ralé da natureza. Mas na hora de pensar, não se dão ao trabalho de pensar um pouco no que vão fazer. E fazem o maior melelê, claro.
     Que tal se mudarmos de atitude? Não proponho que saiam por aí sufocando as pessoas com bananas, é óbvio! Mas a atitude de pensar na melhor maneira de resolver os problemas é uma boa alternativa, e é isso o que defendo. Seja radical: localize não só o problema, mas a sua raiz. Identifique a causa, pois é ela que você deve combater. Lembre-se: o objetivo do assassino não é esfaquear, mas matar. Theodore Roosvelt (não que eu seja fã dele, mas...), um ex-presidente dos EUA, eternizou uma frase bem interessante: "Faça o que puder, com o que tiver, onde estiver.". Nosso assassino fez isso, mas não tentou atirar no candidato a presunto, nem feri-lo. Com uma banana, não dava. Mas ele identificou o problema, o objetivo, e o meio de que dispunha. E os conjugou. Fiat lux!
     Eventualmente, você vai se deparar com problemas mais complexos, como combater a fome, por exemplo, numa região muito carente. Nem sempre é possível resolver o problema maior pela raiz e ignorar os sintomas deste problema. Neste novo exemplo, é importante lembrar que, enquanto você está ensinando alguém a pescar, ele pode não aprender simplesmente por estar com tanta fome que tem um déficit de aprendizado, ou mesmo porque até pegar o primeiro peixe por conta própria poderá ter morrido de fome. Nestes momentos, cabe conjugar os distintos problemas que constituem uma problemática maior, pesá-los, medi-los, analisá-los, e solucioná-los. É um pouco mais trabalhoso, e muito mais dinâmico do que o problema do assassino, já que as circunstâncias mudam conforme os problemas vão sendo resolvidos. Mas, pense pelo lado positivo: entre uma aula e outra, você pode alimentar o aluno com uma banana...


Pablo de Araújo Gomes, 1 de dezembro de 2010

Arte Conceitual: Duendes, Papai Noel e Karl Marx

Olá, pessoal,
     O Conceito que trago para ser desenvolvido tem a ver com o espírito natalino. É um tema que um amigo meu, Rafael Barreiros, me apresentou há muitos anos, ocasião em que afirmou que não faz questão de exclusividade sobre o tema, que ele mesmo pensava em desenvolver para Teatro.

     Imagine que o Papai Noel foi raptado por seus duendes, às vésperas do período natalino. A razão: eles andaram lendo um complexo livro, intitulado "O Capital", de autoria de Karl Marxs e Friedrich Engels, e chegaram à conclusão de que eram explorados pelo Papai Noel que, ainda por cima, ficava com os louros e a glória de ser o bom velhinho, enquanto eles ficavam só com o trabalho.

     Bem, a idéia de meu amigo vai além disso, mas, acredito que isto por si só já é suficiente para provocar a imaginação de quem quiser escrever algo a respeito. Vocês já têm o tema, agora é hora de criar!

     Obrigado, Rafael!

Abraços a todos!
Pablo de Araújo Gomes